Tentei encontrar naquela manhã, algo que pudesse me fazer mudar o que havia feito. O sol forte no céu clareava todo o meu jardim. Sentada na cadeira branca e velha de balanço, só escutava apenas os seus rangidos e o canto dos pássaros, estava me sentindo totalmente fora daquele lugar. Meu pensamento não estava ali, na verdade, nem sabia onde e o que estava acontecendo, tudo parecia tão fantasioso.
Era um jardim com bastante verde
e colorido, o sol batia nas flores e elas pareciam ter brilhos ao seu redor, o
cheiro que tinham era fascinante. Todas as cores reunidas, pura magia. Olhei ao
fundo daquele lugar e percebi que havia uma árvore enorme, só ela, em meio à
grama. Uma corda agarrava todo o seu tronco e possuía um laço vermelho.
Até que escutei um grito de dor,
saí correndo para a minha casa, o mais rápido que pude. Os meus olhos fixados
na porta vermelha e o sol fazendo-os que fechassem, os ouvidos tentavam escutar
algo. Tentei abrir a maçaneta, mas atravessei àquela figura vermelha, pensei
que alguém a tivesse aberto.
Então olhei para sala, onde eu
amava ler meus livros e escrever, havia uma pessoa chorando com as mãos no
chão, andei depressa e vi o que a deixava tão horrorizada, mas como podia
acontecer isso? Gritava pedindo para se acalmar, mas não me escutava. Estava em
desespero, prestei atenção em quem estava ali, não era possível. Tudo agora
estava fazendo sentido, o jardim, a cadeira de balanço, a corda. Eu era como a
cadeira, girando no teto, a corda e o laço. Entendi o que tanto queria mudar
naquela manhã, a minha morte.
Todos aqueles lugares estavam
somente ali, como um cenário, eu podia estar em todos ao mesmo tempo e fazer
isso todos os dias, enquanto houvesse amanhã, sempre faria entender tal
situação, esperando o chamado, a data certa em que eu iria partir. Refazendo
todas as cenas, olhando todo o lugar e desejando que tudo fosse um sonho. Mas
haverá um dia em que poderia entender e ter todas as repostas das minhas
perguntas.
Jennifer Tuane
texto e imagem
Nenhum comentário:
Postar um comentário